Hora de mamar.

IMG_1248Reparei que ainda não tinha falado muito sobre amamentação. Talvez porque ainda estivesse elaborando minha própria opinião. Bem, vamos lá…

Quando fiz o curso de gestantes da maternidade, lá pelo 7o mês de gravidez, foi esta a parte que mais me preocupou. Pelo que vi no curso achei que seria dificílimo, mesmo na posição mais tradicional, e morri de medo de ficar com os seios rachados. Quando fui conversar com o pediatra, pouco antes do parto, logo perguntei sobre cremes para curar as feridas e ele disse: “Calma. Você nem sabe se isso vai acontecer”. Mas como não? Todo mundo falava sobre as tais rachaduras.

O fato é que o Mateus, desde o primeiro dia, pegou o peito diretinho, com a boquinha de peixinho, abocanhando toda a auréola. Nunca tive feridas e rachaduras. E olha que ele mamava de 40 a 60 minutos. No começo ficava num peito só. Depois, passei a dar os dois. Mamava de 3 em 3 horas durante o dia, em média, e acordava uma ou duas vezes à noite. Eu só não tinha noção se tinha muito ou pouco leite. Afinal, nunca tinha tido filho e nunca fiquei analisando os peitos da minhas amigas.  Mas comigo o leite nunca jorrou e raramente vaza.

Na segunda consulta com o pediatra, com 1 mês, ele tinha ganho apenas 600 gr. Fui ao Banco de Leite do Hospital Fernandes Figueira e eles disseram que eu não era exatamente uma vaca leiteira mas que tinha uma quantidade razoável. Me ensinaram uma massagem ao redor da auréola e a partir daí achei que o volume de leite tinha aumentado.

Só percebia que o Mateus não engordava muito (outras pessoas falavam isso também) e quando tirava leite com a bomba era um sacrifício.

Na terceira consulta ao pediatra, com 2 meses, fiquei super chateada ao ver que ele só tinha ganho 400 gramas. O médico disse que ainda não tinha indicação para complemento, pois o Mateus era saudável, e pediu para eu voltar em 1 semana. Neste dia o leite começou a ficar ainda mais escasso e o filhote passou a chorar (gritar, na verdade) durante algumas mamadas. Era desesperador, de dar pena. No início pensei que fosse cólica ou alguma outra dor. Mas aí eu apertava os seios e só pingava uma gotinha aqui e outra ali. O coitadinho estava urrando era de fome. Um ou dois dias depois, me rendi ao NAN.

Comecei a reparar que os seios ficavam mais cheios quando passava mais tempo sem amamentar, já que intercalava o peito com o NAN. Ao mesmo tempo, de uma hora para outra o rostinho dele foi ficando mais redondo. Quando voltamos ao pediatra ele havia ganho 400 gramas em uma semana. Que felicidade.

Embora o pediatra não houvesse incentivado o uso do leite em pó (afinal é mesmo seu papel estimular a amamentação), percebi que eu não conseguia produzir uma quantidade satisfatória para todas as mamadas, o que deixava o Mateus irritado e a mim preocupada e estressada. Comecei a dar mamadeira de NAN 2 vezes ao dia e a tomar comprimidos de alfafa para dar uma estimulada na produção de leite. Aí tudo se resolveu. Ele não largou o peito e começou a engordar.

É claro que o ideal é manter a amamentação o máximo de tempo possível (aumenta a imunidade do bebê e reforça o laço entre mãe e filho, entre outras coisas), mas aprendi que às vezes não dá e não me sito culpada por isso. Na última consulta o filhote havia ganho 1,7 Kg e 6 cm. Continua no peito e com o complemento duas vezes ao dia. Está mais risonho e dorme melhor. Até hoje, graças a Deus, não teve rejeição ao leite, nem tão pouco cólica ou alergia.

Cada caso é um caso, mas comigo funcionou assim.